Um adolescente de 17 anos interno de uma unidade de acolhimento do Distrito Federal diz ter sido vítima de agressões físicas por outros jovens do centro. O rapaz alega que a violência foi motivada pelo fato de ele ser gay. O caso é investigado pela Delegacia da Criança e do Adolescente II (DCA), em Taguatinga.
Em entrevista ao Metrópoles, o estudante informou sofrer constantemente violências física e verbal dos outros acolhidos. No último sábado (6/11), alguns internos se reuniram ao redor dele para “implicar” e chamá-lo de “viado feio”.
O adolescente relata ter pedido ao grupo para que as provocações parassem, mas uma das meninas presentes respondeu com ameaça: “Viado não é para estar aqui dentro. Tô doida para dar um soco na sua cara”.
De acordo com o menor, mesmo pedindo para que não o agredissem, a menina partiu para cima dele com socos, chutes e unhadas. Além disso, a adolescente tinha uma faca na mão, mas disse que ficou com “dó de usar”. O rapaz relembra ter visto o vigilante do serviço de acolhimento acompanhando a cena, porém, ele só teria interferido quando percebeu que o ataque não pararia.
Após ficar bastante machucado (veja imagens acima), o jovem disse ter ligado para a polícia. Os agentes foram até a unidade e o orientaram a ir, acompanhado, até a delegacia com o intuito de registrar o boletim de ocorrência e realizar o exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). Porém, segundo o rapaz, os funcionários se recusaram a levá-lo por causa de “bica-bica de adolescente”.
Ocorrência
Ele relata ter saído, no mesmo dia da agressão, da unidade de acolhimento para o Riacho Fundo I, a pé e sozinho, com o objetivo de pedir ajuda na casa de uma cuidadora com quem tem amizade. Ao chegar ao local e não encontrá-la, o filho da mulher o levou até a DCA II para registrar ocorrência de lesão corporal e fazer o exame médico.